Atividade 4
Leitura de texto Navio Negreiro e biografia do autor
Conteúdo: A viagem dos negros para o Brasil
Habilidade: . Reconhecer os motivos da vinda dos negros para o Brasil, e as condições sub-humanas dessa viagem
Orientações didáticas
- Os Escravos, 1883
- Hinos do Equador, em edição de suas Obras Completas (1921)
- Navio Negreiro (1869)
- Tragédia no lar
Leitura de texto Navio Negreiro e biografia do autor
Conteúdo: A viagem dos negros para o Brasil
Orientações didáticas
- Ler com os alunos um trecho do poema de Castro Alves
- Comentar que o autor em uma das estrofe apresenta elementos geográficos da Africa
- Ler a biografia do autor, enfatizando que ele viveu na época do Brasil Império, onde a mão de obra escrava predominava.
Trecho de texto" Navio Negreiro"
Castro Alves
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...
São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .
Castro Alves
Biografia, obras e estilo literário
Antônio Frederico de Castro Alves foi um importante poeta brasileiro do século XIX. Nasceu na cidade de Curralinho (Bahia) em 14 de março de 1847.
No período em que viveu (1847-1871), ainda existia a escravidão no Brasil. O jovem baiano, simpático e gentil, apesar de possuir gosto sofisticado para roupas e de levar uma vida relativamente confortável, foi capaz de compreender as dificuldades dos negros escravizados.
Manifestou toda sua sensibilidade escrevendo versos de protesto contra a situação a qual os negros eram submetidos. Este seu estilo contestador o tornou conhecido como o “Poeta dos Escravos”.
Aos 21 anos de idade, mostrou toda sua coragem ao recitar, durante uma comemoração cívica, o “Navio Negreiro”. A contra gosto, os fazendeiros ouviram-no clamar versos que denunciavam os maus tratos aos quais os negros eram submetidos.
Além de poesia de caráter social, este grande escritor também escreveu versos líricos-amorosos, de acordo com o estilo de Vítor Hugo. Pode-se dizer que Castro Alves foi um poeta de transição entre oRomantismo e o Parnasianismo.
Este notável escritor morreu ainda jovem, antes mesmo de terminar o curso de Direito que iniciara, pois, vinha sofrendo de tuberculose desde os seus 16 anos.
Apesar de ter vivido tão pouco, este artista notável deixou livros e poemas significativos.
Poesias de Castro Alves:
- Espumas Flutuantes, 1870
- A Cachoeira de Paulo Afonso, 1876
- Os Escravos, 1883
- Hinos do Equador, em edição de suas Obras Completas (1921)
- Navio Negreiro (1869)
- Tragédia no lar
ATIVIDADE 4
RODA DE CONVERSA, REGISTRO COLETIVO E LINHA DO TEMPO.
Habilidade - Reconhecer os motivos da vinda dos negros para o Brasil, e as condições sub-humanas dessa viagem.
Roda de conversa
- Cada aluno fala o que imagina sobre a viagem nos navios negreiros.
- O professor interfere de acordo com os assuntos abordados.
Registro Coletivo
- Partindo das falas dos alunos fazer um texto com as informações sobre o assunto.
- Pode ser escrito na lousa e registrado no caderno ou digitado.
Linha do tempo
Orientação didática
- Registrar com os alunos uma linha do tempo, utilizando como referência o Império de Cleópatra, descobrimento do Brasil, publicação de Navio Negreiro, Abolição da escravidão no Brasil e o ano em que estamos.
Está atividade é importante para que os alunos visualizem que os acontecimentos não são próximos, é um dos passos para que o aluno aproprie - se da História, aprenda que o estudo da História não são apenas datas e sim fatos.
sugestão de texto informativo
Para sabermos mais: Texto Informativo
NAVIOS NEGREIROS
Os escravos que morriam ao longo da viagem eram jogados ao mar. Até que seus corpos fossem retirados poderia demorar algum tempo (horas ou, até mesmo, um ou dois dias). Isso causava problemas relativos ao cheiro do cadáver e a contaminação dos demais pelas doenças que tivessem vitimado o morto.
Como os navios negreiros eram caravelas, feitas de madeira, a força dos oceanos pelas quais passavam acabava fazendo com que chacoalhassem intensamente durante ventanias ou tempestades. Isso fazia com que tanto os escravos quanto os tripulantes acabassem passando mal e vomitassem. No caso dos negros a situação era pior, pois não podiam liberar o resultado de sua náusea para lugar algum senão o próprio porão onde estavam. Os que resistiam a essa travessia infernal chegavam a América esquálidos ou doentes. Poucos eram aqueles que conseguiam completar a viagem em boas condições. O que os esperava, no entanto, não era muito melhor.
Embarcados como carga animal nos porões dos navios, atravessavam a viagem de algumas semanas acorrentados e apertados, sem possibilidades de se movimentarem para ao menos "esticar a musculatura". O espaço era tão restrito que muitas vezes tinham que se alternar entre ficarem sentados ou em pé. As correntes marcavam seus braços e pernas, causando-lhes ferimentos pela quantidade de dias que ficavam aprisionados. No local onde ficavam não havia a mínima preocupação com higiene (não existiam banheiros ou qualquer tipo de instalação sanitária). As fezes e a urina dos cativos era feita no mesmo local onde estavam acorrentados. Isso causava um enorme fedor, além de aumentar as possibilidades de enfermidades pelo contato com os excrementos ou com animais que por ali circulavam (como ratos e baratas).
Os alimentos eram "jogados" uma ou duas vezes por dia para que os negros pudessem se alimentar. Não havia qualquer preocupação quanto a quem ia comer, se alguém deixava de comer, se a partilha dos alimentos era feita de forma justa e abastecia todos os cativos. Outro problema com os alimentos refere-se ao fato de que aquilo que era disponibilizado para os negros era a sobra, ou seja, os alimentos que não eram bem aceitos ou eram mesmo rejeitados pelos marinheiros. Portanto, a parte que cabia aos escravos era de qualidade duvidosa, muitas vezes, a eles eram dados os alimentos deteriorados ou apodrecidos.
Entre os negros que compunham a "carga" do navio eram encontrados adultos (homens e mulheres numa faixa etária média de 17 a 25 anos) como maior parte do "carregamento" (eram mais caros na relação de troca que se estabelecia nas Américas por estarem com a força e a saúde necessárias para o serviço da lavoura), assim como crianças, adolescentes e idosos de ambos os sexos.
O espaço em que ficavam era, além de apertado, muito escuro e mal ventilado, isso acabava tornando ainda pior a condição de vida e provocava grande número de mortes. Como já se sabia que isso aconteceria, os navios negreiros sempre viajavam com uma quantidade muito maior de cativos do que realmente deveria acomodar em seus porões. O excesso de "carga" tinha como propósito repor as perdas causadas pelas mortes que ocorriam ao longo da viagem e tornar a viagem o mais lucrativa possível. Essa figura nos mostra como ficava o interior de um navio negreiro carregado de escravos. Havia uma clara preocupação dos transportadores de alojar o maior número possível de negros para recompor as perdas (de aproximadamente 20 a 40% dos cativos transportados), por isso, normalmente transportavam-se mais pessoas do que o porão podia realmente alojar.
(Lucimar Simon)
Leia mais: http://simonrepensandoahistoria.blogspot.com/2010/08/texto-navios-negreiros.html
Os escravos que morriam ao longo da viagem eram jogados ao mar. Até que seus corpos fossem retirados poderia demorar algum tempo (horas ou, até mesmo, um ou dois dias). Isso causava problemas relativos ao cheiro do cadáver e a contaminação dos demais pelas doenças que tivessem vitimado o morto.
Como os navios negreiros eram caravelas, feitas de madeira, a força dos oceanos pelas quais passavam acabava fazendo com que chacoalhassem intensamente durante ventanias ou tempestades. Isso fazia com que tanto os escravos quanto os tripulantes acabassem passando mal e vomitassem. No caso dos negros a situação era pior, pois não podiam liberar o resultado de sua náusea para lugar algum senão o próprio porão onde estavam. Os que resistiam a essa travessia infernal chegavam a América esquálidos ou doentes. Poucos eram aqueles que conseguiam completar a viagem em boas condições. O que os esperava, no entanto, não era muito melhor.
Embarcados como carga animal nos porões dos navios, atravessavam a viagem de algumas semanas acorrentados e apertados, sem possibilidades de se movimentarem para ao menos "esticar a musculatura". O espaço era tão restrito que muitas vezes tinham que se alternar entre ficarem sentados ou em pé. As correntes marcavam seus braços e pernas, causando-lhes ferimentos pela quantidade de dias que ficavam aprisionados. No local onde ficavam não havia a mínima preocupação com higiene (não existiam banheiros ou qualquer tipo de instalação sanitária). As fezes e a urina dos cativos era feita no mesmo local onde estavam acorrentados. Isso causava um enorme fedor, além de aumentar as possibilidades de enfermidades pelo contato com os excrementos ou com animais que por ali circulavam (como ratos e baratas).
Os alimentos eram "jogados" uma ou duas vezes por dia para que os negros pudessem se alimentar. Não havia qualquer preocupação quanto a quem ia comer, se alguém deixava de comer, se a partilha dos alimentos era feita de forma justa e abastecia todos os cativos. Outro problema com os alimentos refere-se ao fato de que aquilo que era disponibilizado para os negros era a sobra, ou seja, os alimentos que não eram bem aceitos ou eram mesmo rejeitados pelos marinheiros. Portanto, a parte que cabia aos escravos era de qualidade duvidosa, muitas vezes, a eles eram dados os alimentos deteriorados ou apodrecidos.
Entre os negros que compunham a "carga" do navio eram encontrados adultos (homens e mulheres numa faixa etária média de 17 a 25 anos) como maior parte do "carregamento" (eram mais caros na relação de troca que se estabelecia nas Américas por estarem com a força e a saúde necessárias para o serviço da lavoura), assim como crianças, adolescentes e idosos de ambos os sexos.
O espaço em que ficavam era, além de apertado, muito escuro e mal ventilado, isso acabava tornando ainda pior a condição de vida e provocava grande número de mortes. Como já se sabia que isso aconteceria, os navios negreiros sempre viajavam com uma quantidade muito maior de cativos do que realmente deveria acomodar em seus porões. O excesso de "carga" tinha como propósito repor as perdas causadas pelas mortes que ocorriam ao longo da viagem e tornar a viagem o mais lucrativa possível. Essa figura nos mostra como ficava o interior de um navio negreiro carregado de escravos. Havia uma clara preocupação dos transportadores de alojar o maior número possível de negros para recompor as perdas (de aproximadamente 20 a 40% dos cativos transportados), por isso, normalmente transportavam-se mais pessoas do que o porão podia realmente alojar.
(Lucimar Simon)
Leia mais: http://simonrepensandoahistoria.blogspot.com/2010/08/texto-navios-negreiros.html
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